Roteiro de 6 dias em Cape Town, África do Sul

Roteiro de 6 dias em Cape Town, África do Sul

Texto por Joana Machado, nossa colaborada, escritora do blog Passamos Por Lá

 

Em abril de 2019, tive a oportunidade de conhecer a tão falada Cidade do Cabo, destino imperdível na África do Sul para viagens em casal (meu caso), em família, com amigos ou tantos outros estilos. O povo sul-africano é encantador e receptivo, a cultura do país é envolvente e sua história é muito marcante. Todos esses fatores somados a beleza natural e energia da Cidade do Cabo nos fizeram a eleger como nossa cidade preferida no mundo. Sim, das inúmeras cidades nos 27 países que pude conhecer, Cape Town está no TOPO da minha lista de favoritas.

 

Quando ir?

O ano todo! Não existe contraindicação para nenhuma época mas alguns meses podem ser melhores ou piores de acordo com o seu estilo de viagem.

Verão (dezembro à março): meses mais quentes com temperaturas variando entre 18ºC e 40ºC. Ótima época para aproveitar as praias lindas da cidade. É considerada a alta temporada e, por isso, os custos são mais altos, tanto em passagem quanto em hospedagem. Além disso, as atrações ficam mais cheias, podendo haver mais filas que o resto do ano.

Outono (março à junho): meses mais frescos que o anteriores, com temperaturas entre 12ºC e 27ºC. Fomos em abril e pegamos dias lindíssimos e amenos, podendo curtir noites mais frias.

Inverno (junho à setembro): são os meses mais frios e chuvosos do ano. Por causa da chuva, algumas atrações como a Table Mountain podem fechar. As temperaturas variam entre 8ºC e 20ºC e as maiores vantagens estão nos preços reduzidos em razão da baixa temporada e no visual das montanhas com neve. Deve ser realmente lindo!

Primavera (setembro à dezembro): as temperaturas voltam a subir, variando entre 13ºC e 29ºC e o clima fica mais seco. Os campos floridos das montanhas deixam a cidade ainda mais linda e charmosa.

 

Como chegar?

Infelizmente não existem voos direto do Brasil até Cape Town, mas abaixo as rotas mais comuns de conexão:

– SP x Johanesburgo x Cape Town com a South African Airways;

– SP x Luanda x Cape Town com a TAAG (foi a rota que fizemos, pegamos uma ótima promoção);

– SP x Addis Ababa x Cape Town com a Ethiopian Airlines.

Claro que existem inúmeras outras possibilidades de conexão, mas essas são as que mais fazem sentido para quem sai do Brasil.

 

Onde se hospedar?

Nossa estadia na Cidade do Cabo foi dividida em duas etapas: no início da viagem passamos 3 dias lá, seguimos para outros destinos e na volta passamos mais 4 dias. Com isso, tivemos a oportunidade de nos hospedarmos em dois bairros, com propostas bem diferentes.

São 4 regiões mais procuradas e recomendadas por turistas para se hospedar:

Sea Point: bairro mais afastado do centro e bem residencial, perfeito para caminhar pelas ruas e pelo calçadão na praia. Foi a nossa escolha na primeira estadia e recomendamos muito. Região cheia de vida, restaurantes, bares e mercados. Também ótima oportunidade para observar o dia a dia dos locais. Ficamos no The Verge Aparthotel, ótima localização e custo benefício.

Green Point: ao lado do Sea Point e com a mesma proposta, mas com mais opções de hospedagens.

Camps Bay: o bairro mais bonito da cidade. O cenário de praia com a montanha dos 12 apóstolos ao fundo, construções super charmosas, restaurantes e bares convidativos formam a combinação perfeita. Há algumas opções incríveis de hotéis ao longo da orla mas, atenção, se hospedar em Camps Bay não é barato.

Centro: a vantagem do centro é estar mais perto das principais atrações e durante o dia poder conhecer boa parte da cidade andando, mas atenção que durante a noite não é NADA recomendado andar por essa região. Na nossa segunda estadia ficamos no centro, no The Onyx Apartment Hotel. A localização do apart é boa, bem perto do V&A Waterfront e da Long Street, principal rua que corta o centro.

 

ROTEIRO

 

Conforme citei acima, chegamos em Cape Town saindo de Guarulhos-SP pela TAAG, companhia aérea angolana. Confesso que não sabia o que esperar da TAAG mas o voo foi ótimo e não tivemos nenhum tipo de problema. Fizemos uma conexão de 6 horas em Luanda e aí sim seguimos para a Cidade do Cabo. O aeroporto é bem simples e quente (o ar condicionado não dá vazão), são poucas opções de alimentação mas as horas até que passaram rápido. O interessante foi chegar no continente africano e ler tudo em português, inclusive uma placa com “frango à passarinho” haha.

Chegando em Cape Town, a melhor forma de sair do aeroporto é Uber. É só conectar no wi-fi ainda no saguão, chamar o motorista e ir em direção ao estacionamento (saindo do desembarque, siga para direita e desça uma rampa) que é o ponto de encontro. No estacionamento o wi-fi não funciona direito, então é bom printar as informações do motorista.

Chegamos no hotel por volta de 21:30 na expectativa de sair para jantar. Aqui vai uma informação muito importante: as coisas lá fecham super cedo! Achamos que podia ser algo especifico do Sea Point por ser um bairro residencial mas de forma geral na cidade toda a maioria dos bares ou restaurantes não funcionam após as 21h e a partir desse horário quase ninguém está na rua. Pesquisando até encontrei alguns lugares abertos mas estávamos super cansados e recorremos ao bom e velho MC DONALD’S! Tinha um 24h na esquina do nosso hotel, acabou caindo como uma luva.

Agora vamos ao que realmente interessa: nosso roteiro completo dia a dia, com muitas percepções e dicas de como aproveitar o melhor da Cidade do Cabo! Vale lembrar que apesar de sempre ter os roteiros prontos antes das minhas viagens para me guiar, o melhor está em explorar e descobrir lugares pelo caminho. No final do dia, raramente eu segui exatamente passo a passo o roteiro. É um guia essencial mas não engesse sua viagem e se permita conhecer até o que não estava previsto! Deixe algumas lacunas livres entre um ponto e outro para andar por conta própria, sentar em um café legal, visitar uma praça que você passou e gostou… isso tudo faz parte! Várias dicas que vou dar aqui descobri lá mesmo, não abra mão de viver as suas próprias experiências! Vamos lá?

 

DIA 1: Sea Point, Bo-Kaap, Centro, V&A Waterfront e Table Mountai

 

Nos hospedamos no bairro Sea Point, no The Verge Aparthotel. Ótima localização e custo benefício, além de contar com uma cozinha bem equipada para quem preferir cozinhar e economizar com alimentação.

Começamos o dia andando pelo bairro, que é lindo por sinal. Fomos pela praia até o Jarryd’s (parada do café da manhã), um passeio que vale super a pena até se você não se hospedar no Sea Point. A orla de Cape Town é linda e ver as pessoas se exercitando, indo pro trabalho passeando na própria cidade é demais. O Sea Point é o tipo de bairro que faz o turista se sentir residente, sabe? No caminho também passamos pelo MOJO, um mercado gastronômico bem conhecido no bairro.

Chegando no Jarryd’s recomendo pedir ovos bennedict, o carro chefe da casa. Comida deliciosa e ambiente descolado. Perfeito para café da manhã/brunch.

De lá, fomos de uber até o Bo-Kaap, bairro famoso por suas casas coloridas e declarado Patrimônio Nacional da África do Sul. Apesar de hoje ser símbolo de orgulho para a cidade, o Bo-Kaap guarda um passado triste, já que a sua ocupação original foi feita por malaios trazidos como escravos do oriente. Depois do fim do apartheid, os moradores pintaram as casas com cores bem vibrantes justamente para demonstrar a diversidade do país. Hoje a cultura malaia ainda é bem presente na região e justamente por isso é normal ver traços marcantes do islamismo por lá.

Para nós, o Bo-Kaap é parada IMPERDÍVEL na Cidade do Cabo!

Como a localização do Bo-Kaap é bem próxima ao Centro, fomos andando em direção a Long Street, principal rua da região central. Esse passeio não é nada indicado durante a noite, as ruas ficam super vazias e não é seguro. Durante o dia é só andar com atenção aos seus pertences e ter cuidado com as abordagens pedindo dinheiro, que infelizmente são bem comuns. O que vale muito a pena conhecer por lá:

– Greenmarket Square: uma praça linda com uma feira de artesanato super tradicional da cidade;

– Caminhar pela Long Street;

– Conhecer o Castelo da Boa Esperança, nem que seja por fora;

– Passar na Prefeitura da cidade e conhecer o lugar em que Nelson Mandela fez seu primeiro discurso pós liberdade, um marco na história do país!

Do centro, seguimos andando até o V&A Waterfront, um dos nossos lugares preferidos na cidade! O complexo, localizado em um píer, conta com restaurantes, bares, lojinhas, shopping, shows e até uma roda gigante. O Waterfront tem um charme sem fim e é parada obrigatória para quem passa pela Cidade do Cabo.

São tantas opções de restaurantes deliciosos com ambientes e vistas incríveis que fica até difícil escolher. Sentamos no GINJA para tomar um chopp já que ainda não estávamos com fome e com a vista da Table Mountain ao fundo confesso que foi difiícil levantar.

Ainda no Waterfront, vale muito conhecer o V&A Food Market, um mercado com diversos stands que oferecem comidas de diferentes tipos e gostos.

E finalmente, partimos para a última parada do dia: a Table Mountain. Mas, antes de começar a falar sobre essa que é uma das 7 maravilhas naturais do mundo, aqui vai uma lista de tudo que você precisa saber antes de subir a montanha:

Você pode chegar no topo por uma das trilhas (são desde trilhas mais leves até mais pesadas) sem custo, ou de bondinho, chamado de “cableway”, comprando tickets;

Se optar por essa segunda opção, compre pela internet e isso irá te poupar muito tempo de espera na fila. Além disso, depois das 15h o tempo de espera para subir é bem menor. Fomos às 16h e subimos bem rápido.

A Table Mountain fecha de acordo com as condições climáticas. Por isso, se programe para subir no seu primeiro dia na cidade e se o tempo não colaborar, tente no dia seguinte. O Cableway também suspende as atividades em função do vento. Para acompanhar a situação no dia, recomendo acessar o site (talbemountain.net) ou o twitter (@tablemountainca);

É o por do sol mais marcante que eu já vi, então se possível assista lá de cima! Para quem preferir subir de trilha, é possível só descer de bondinho.

O horário de funcionamento do Cableway varia de acordo com a época do ano, importante consultar no site.

Lá em cima venta muito então vá preparado para o frio independente da época do ano. Fomos em abril e um casaco mais fino não deu conta, nos abrigamos no café que tem lá em cima para esperar o por do sol.

Agora sim, vamos a nossa experiência. Fomos de uber até a estação do Aerial Cableway e como tínhamos comprado online entramos direto na fila para subir. O trajeto é feito em 5 minutos e o bondinho gira 360º, assim todos veem a vista incrível de todos os ângulos.

Chegando lá em cima, são quase 3km de parque para explorar. De um lado, o encontro da montanha com o mar. Do outro, a Cidade do Cabo aos seus pés. Vou deixar que as fotos falem por si, nenhuma descrição é capaz de resumir a beleza do lugar. Não é por acaso que é uma das 7 maravilhas naturais do mundo. Realmente IMPRESSIONANTE.

Atenção ao horário da descida do último bondinho, eles variam de acordo com a época do ano e agora com a pandemia está em operação reduzida. Quando fomos, a última descida era às 19h, o que casou perfeitamente com o por do sol.

Voltamos para o hotel e fomos jantar nos arredores do Sea Point. Lembrando que tem que ser cedo! Sentamos no La Boheme Bristo & Wine Bar, comida deliciosa!

Esse roteiro de 1 dia é o que eu considero básico na Cidade do Cabo. Foi o dia que seguimos bem o que estava programado para ficarmos com a programação mais “livre”nos próximos dias.

 

DIA 2: City Sighseeing, Hout Bay, Camps Bay e Cliffton

 

É importante ter em mente que transporte público não é o forte da Cidade do Cabo. Por isso, a melhor forma de se locomover por lá é o City Sightseeing, o famoso ônibus vermelho. Confesso que eu era meio resistente com esses ônibus turísticos, mas depois que experimentei em Cape Town passei a usar bastante nas minhas viagens. Como funciona: se adquire um ticket válido por um dia inteiro e tem alguns pontos espalhados pela cidade. Você pode descer e subir nesses pontos quantas vezes quiser durante o horário de funcionamento. Além de ser mais econômico do que só andar de uber, você consegue ter um panorama geral da cidade e descobrir pontos de parada que nem estavam no roteiro (isso é o que eu mais amo no Sightseeing). Outra coisa interessante é poder ouvir e conhecer sobre os principais pontos da cidade enquanto passamos por eles (eles entregam um fone para conectar no próprio assento e são várias opções de línguas, inclusive português).

Nós compramos online e é super simples. É gerado um QR Code e ele é o seu ingresso para subir no ônibus. Começamos pelo ponto do Sea Point, na linha azul, e fomos até o centro tomar café da manhã na Jason Bakery (não existe mais, infelizmente). Aproveitamos para conhecer mais uma pouco do Centro e seguimos caminho, ainda na linha azul. Nesse caminho pudemos ter um panorama bem geral da cidade e passamos por diferentes cenários. Descobrimos a Cape Town mais bucólica, a orla de um outro ponto de vista e estradas ma-ra-vi-lho-sas.

Até que chegamos a Hout Bay, uma praia um pouco mais afastada que só fomos graças ao Sightseeing. Tinho visto essa praia alguns dias antes no Instagram, mas como estava bem fora da nossa rota não tinha considerado no roteiro… e que erro. A praia é linda e conta com um píer bem digno de filme e um mercado super tradicional. A dica é sentar no restaurante na beira da baía e pedir um fish&chips. Acredito que no verão a praia fique bem movimentada. Como era Outono e a temperatura beirava o 20ºC, não tinha nenhum banhista se arriscando.

Próxima parada: Camps Bay. E entre um ponto e outro mais uma estrada linda pela frente.

A orla de Camps Bay é super agitada e um dos cenários mais lindos da cidade. A construções charmosas, as palmeiras, a praia e a Montanha dos 12 Apóstolos ao fundo formam um cenário que parece até irreal. O lugar é perfeito para tomar um drink no fim de tarde, o que até fizemos em um outro dia, mas já tínhamos feito reserve no famoso The Bungalow para o por do sol.

O The Bungalow fica em Cliffton, bairro litorâneo com casas de tirar o fôlego. No verão, é a praia que mais ouvimos recomendações para passar o dia, por ser bem bonita e frequentada por locais. Fizemos reserva no site para 18h na área da varanda. Recomendo muito fazer a reserva, enche bastante essa hora do dia! E dá para entender o motivo… mais um por do sol incrível na Cidade do Cabo. Comemos super bem e assim fechamos mais um dia com chave de ouro.

 

DIA 3: Franschhoek

 

Muita gente não sabe, mas a África do Sul é uma grande produtora de vinhos e conta com premiações de peso em suas vinícolas, muitas delas localizadas a menos de 1 hora de Cape Town. Alugamos um carro e fomos conhecer a região, dormindo uma noite em Franschhoek. Esse dia merece um post só dele e em breve teremos aqui no blog!

Conforme falei acima, nossa estadia em Cape Town foi divida em duas partes, e a primeira parte termina aqui. Saímos de Franschhoek direto para o aeroporto com destino a Johanesburgo.

 

DIA 4: Kirstenbosch, Groot Constantia, Camps Bay e Addis in Cape

 

Voltamos à cidade depois de alguns dias e dessa vez nos hospedamos no Centro. Escolhemos o recém inaugurado (em 2019) The Onyx Apartment Hotel, com quartos no mesmo estilo da nossa primeira hospedagem contando com cozinha bem equipada. A localização é boa, podendo ir andando até o Warterfront ou ao agito do Centro.

Começamos o dia novamente na linha azul do Sightseeing, agora com o objetivo de descer em alguns dos pontos que passamos no dia 2 mas não tínhamos tempo. A primeira parada foi no Jardim Botânico de Kirstenbosch, mais um lugar que surpreendente em Cape Town. O parque, super bem conservado, reúne incontáveis espécies de plantas, árvores, flores e uma fauna e flora de impressionar. É possível caminhar sobre as árvores na passarela Centenary Tree Canopy Walkway, que tem cerca de 130 metros de comprimento, 12 metros de altura e passa por várias áreas do parque. O visual dela é lindo e você pode ler um pouco mais sobre a formação geológica da Table Mountain, vista da maior parte do parque.

Bem próximo ao Kirstenbosch fica a parada para Constantia, uma vinícola dentro da Cidade do Cabo. É feita uma troca de linha (da azul para a roxa) e em um veículo menor, é realizado um trajeto com três opções de parada. Descemos no primeiro e principal ponto que é Groot Constantia, onde conhecemos um pequeno Museu com a história do lugar, fizemos degustação de vinho e sentamos em um dos restaurantes para apreciar o dia lindo que fazia com bons queijos e vinhos. Era domingo e tinham muitas famílias almoçando, muito legal observar. Não preciso nem dizer que esse foi mais um lugar incrivelmente lindo pra conta, né?

Enquanto esperávamos o próximo ônibus da linha azul, comemos alguns tapas no La Parada, tudo maravilhoso! E claro que pedimos mais vinho para acompanhar!

Seguimos até Camps Bay para ver o por do sol em alguns dos restaurantes da orla (em 2019 eu não tinha o Passamos então vou ficar devendo o nome desse restaurante, não achei de jeito nenhum). Entre Hout Bay e Camps Bay fica um dos trechos mais impressionantes da Cidade do Cabo e com o fim de tarde parecia um cenário feito à mão. Mais uma vantagem do Sightseeing: vimos tudo de uma ângulo super privilegiado.

Percebe-se que esse foi um dia voltada para gastronomia, e não paramos por aí! Às 21h fizemos reserva no Addis in Cape, restaurante com comida típica da Etiópia no coração do centro da cidade. É uma experiência bem única e diferente, tem que ir de coração aberto. Todos os pratos vem dentro do Injere, uma pão da culinária etíope que lembra uma massa de panqueca, e se come usando apenas as mãos. São algumas opções vegetarianas ou não e todas se comem da mesma forma: enrolando a comida no injere, fazendo uma “trouxinha”. Nós achamos a comida bem gostosa e o ambiente é quase um teletransporte para a Etópia. Experiência bem diferente, amamos!

 

DIA 5: Cabo da Boa Esperança e Boulders Beach

 

Alugamos novamente um carro e fomos até o Cabo da Boa Esperança, que ao contrário do que muito gente acredita não é o extremo sul do continente africano. Conhecido nos livros de história como Cabo das Tormentas, esse lugar guarda lendas e relatos incríveis de navegadores.

Indo de carro, há duas estradas possíveis para chegar lá, sendo uma delas a Cheapman’s Peak, uma rodovia entre pedras que beira a orla e é incrivelmente linda. Como tínhamos que devolver o carro no aeroporto no fim do dia, fomos por ela e voltamos pela estrada de dentro, pois era a rota que fazia mais sentido. Contudo, dizem ser lindo voltar com o por do sol por ela e realmente deve ser um visual e tanto. Pontos de atenção em relação a Cheapman’s Peak: é cobrado um pedágio na entrada, nem sempre ela está aberta (além de horário de funcionamento pode fechar por causa do mau tempo) e a rota é cheia de ciclista, o que exige muito cuidado ao dirigir por ali. O caminho é de tirar o fôlego e conta com alguns mirantes. A vontade é parar em todos!

Chegando ao parque, não deixe de:

– Ir até a famosa placa do Cabo da Boa Esperança;

– Subir até o farol do Cape Point (nós subimos de funicular mas é possível ir andando);

– Parar em algum dos mirantes para observação de baleias (não conseguimos ver nenhuma, mas a vista vale de qualquer forma).

Detalhe que em cima, no mirante o dia estava lindo e no nível do mar muita névoa.

Esse passeio é normalmente combinado com a Boulders Beach, a praia dos pinguins! Nós fizemos o mesmo e seguimos para lá. É preciso pagar para entrar na praia principal e acessar o deck de madeira mas antes da bilheteria seguindo para a direita tem uma praia, bem pequena, com vários pinguins também! Nós pagamos o ticket de qualquer forma porque a maior concentração, de fato, está nessa praia principal. O deck fica bem cheio de turistas então aqui vai outra dica: logo após a bilheteria tem uma pequena passagem para direita. É só seguir alguns metros por ali que se chega em um deck no outro lado da praia, totalmente vazio!

Nossa programação era almoçar no Seaforth, restaurante bem famoso da praia, mas literalmente demos de cara na porta. Chegamos no restaurante 15:05 e eles fecham 15:00. Uma pena, mas acontece, né? Seguimos nosso caminho até encontrar um outro restaurante e achamos na beira de um píer em alguma cidade bem pequena. Inclusive, descobrimos que é desse píer que saem os passeios para mergulhar na jaula com tubarão branco. Eu queria muito mas o Gui não, e como é um investimento bem alto, não valia a pena.

Outra parada que combina com esse combo do Cabo da Boa Esperança + Boulders Beach é a Muizenberg Beach, famosa por suas casinhas coloridas. Sem dúvidas é uma visita que vale a pena mas estávamos com um sério problema: a bateria dos nossos celulares estavam acabando e dependíamos disso para chegar de volta no aeroporto por causa do Waze. Tivemos que voltar correndo antes que a bateria acabasse. Deu tudo certo e chegando no aeroporto ainda descobrimos que o carro tinha GPS integrado! Ou seja, dava pra ter conhecido Muizenberg com calma. Mas tudo bem, fica pra próxima…

De volta à cidade, hora de conhecer a Beerhouse! É um bar localizado na Long Street com inúmeras opções de cerveja e comida boa. Não só de degustação de vinho se vive na África do Sul, né? É um dos poucos lugares que não fecham super cedo, vai até de madrugada. Mais uma vez vale lembrar: não é nada aconselhável andar a pé pelo centro de Cape Town à noite. Fomos e voltamos de uber, mesmo hospedados bem perto.

 

DIA 6: V&A Waterfront

 

E chegou nosso dia mais triste na Cidade do Cabo: ir embora! Acordamos cedo para deixar tudo pronto e fomos para o Waterfront almoçar com calma. Descobrimos mais cantos que não tínhamos visto da outra vez e cada vez mais o coração apertando com a despedida… Almoçamos no Quay Four, restaurante de frutos de mar na beira do píer. Comida boa e bem servida, ambiente espetacular. Só de lembrar já me vem a sensação desse dia, não queríamos ir embora por nada e prometemos que voltaríamos.

No início do post falei que Cape Town é a nossa cidade preferida no mundo e espero ter conseguido passar todos os motivos ao longo deste texto. Se você ainda não conhece, espero ter te inspirado a conhecer e se você já conhece, espero ter te inspirado a voltar. É o tipo de cidade que eu voltaria mil vezes e até moraria… quem sabe no futuro?!

 

Informações úteis da África do Sul

Moeda: Rand;

Capital: Cidade do Cabo (legislativa), Bloemfontein (judiciária) e Pretória (administrativa);

Língua Oficial: africâner, inglês, sepédi, sessoto, setsuana entre outros (são 11 línguas oficiais);

Documentos exigidos para brasileiros entrarem no país: passaporte válido por pelo menos 30 dias após a saída do país e certificado de vacinação da febre amarela.



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